quarta-feira, 22 de junho de 2011

Paratingando {Pequena homenagem}



Povo de Paratinga!

A Voz da Paróquia de Santo Antônio!


As “Casinhas” deram um salve e uma viva,

A “Rua da Lama” chorou uma crítica,

A “Rua de Baixo” gritou aleluia,

São 114 anos de emancipação política!

Viva Paratinga!

Já o Tomba bradou em uníssono

Um grito “calor e caatinga”

Ressoou além do horizonte

Os parabéns à velha Paratinga!

Viva Paratinga!

Se você não conhece o sertão

Não pega saci com a peneira

E nem o sol com a mão

Não sabe o que é a alegria

De viver com o que brota do chão!

Viva Paratinga!

Mas se tu é como eu, Ribeirinho

Que bebeu do São Francisco caridade

A água que purifica a alma

Cura as dores e reaviva a idade

Sabe encontrar a beleza, coragem e harmonia

De viver com simplicidade.

Viva Paratinga!

Só não me julgue, caro amigo

Por minha sabença pouca

Abra a mente, vem comigo

Vem pra ser, Paratingar-se em abrigo

Pois aquilo que o coração sente,

E que a alma glorifica mister,

Os olhos, tão ingênuos,

Jamais poderão ver...

Mas eu vi!

Eu vi Maria de Antoin Fumo requebrando na Chula, eu vi!

Eu vi Chica do Cajueiro abençoando as ondas do Rádio, eu vi!

Eu vi Marialva em penas de pavão pulando Carnaval, eu vi!

Eu vi Madeirinha sentado na cadeira de corda expressando saberes na Rua da Palha, eu vi!

Eu vi João do Ouro e seu capilar dourado reclamando do insoço do feijão de Beta, eu vi!

Eu vi João de Belo vender “ki-suqui” em garrafa de coca-cola entoando um “Major, Major”, eu vi!

Eu vi Baíca e Helizete cantando em procissão de Nossa Senhora, Senhor Morto, Santo Antonio e do Divino, eu vi!

Eu vi Doutor Fernando cair em risos e lágrimas na Filarmônica 13 de Junho, eu vi!

Eu vi Mariazinha, Celsa e Miralva comemorando a alegria que é viver, eu vi!

Eu vi a professora Alípia na fila do Banco do Brasil, eu vi!

Eu vi Dizão cantar “Porto da Paz” no meio da seresta de Paulinho e seus Teclados, eu vi!

Eu vi dona Marli trazendo ao mundo menino abençoado, eu vi!

Eu vi Bia-Batom descer o Beco do Chamego rumo a várzea, eu vi!

Eu vi Bibia babar e dizer que foi “Seu Pai”, eu vi!

Eu vi seu Miguel Branco com cabelos de neve, eu vi!

Eu vi Marlice e João Pereira defendendo a AfroAncestralidade da Praça da Bandeira, eu vi!

Eu vi Arrumadin e seus teclados gritando “Oh Dilíça”, eu vi!

Eu vi as mentiras de Pedro Porteiro transmetamorfoseadas em arte por seus decendentes, eu vi!

Eu vi Fenelon subir na escada pra pegar parafuso miúdo, eu vi!

Eu vi a Professora Silvia botar menino atentado pra correr, eu vi!

Eu vi Padre Getúlio batizando menino fedido com a cara amarrada, eu vi!

Eu vi Antoin de Arquilino, engenheiro por diplomação divina, construir o Colégio Cenecista, eu vi!

Eu vi Martú mostrando, com brilho nos olhos, as novidades da semana, eu vi!

Eu vi, arrepiado, a ladainha de Seu Tião, eu vi!

Eu vi Pimbinha dizer que “Mataram a princesa e roubaram o guarda” na Cavalhada, eu vi!

Eu vi Seu Ivan passando a viola e a maestria musical pra Ivanzinho, eu vi!

Eu vi Joab categorizar lindamente Paratinga como nosso Porto Seguro, eu vi!

Eu vi Santa, vi Diolina, vi Belzair, vi Luiz Fogueteiro, vi Elenita, vi Railson, vi Dum, vi Biraia, vi Orlando, vi Orlandin, vi Maçú, vi Nigú, vi Miguel Azulão, vi seu Belo, seu Antonio, Seu Geraldo, Seu Gregório, Seu Lorin, Seu João, Dona Maria, Dona Joana, Don’Ana, Dona Francisca, Dona Rita... Vi essa gente única e sublime que faz dessa terra a aventura deliciosa de sua existência.

Paratinga, Urubu de Cima, Rio Branco... Seja voltando a sorrir, seja pra frente que se anda, seja orgulho, és aconchego celeste dos filhos teus. Parabéns.


Porto da Paz





Eu quero que Deus
Ancore o meu barco
No Porto da Paz
De carinho e muito mais

Seu fruto mais doce
Na pele o amor
Seus beijos mais quentes
Na pureza de um corpo
Sofredor...

Eu quero que Deus
Estenda os seus braços
Pra os campos, pra os cais
Preserve os rios
Longe dos ais

Seu fruto mais doce
Na pele o amor
Seus beijos mais quentes
Na pureza de um corpo
Sofredor...

Dizão

Demais



Demais...
Ter o céu e as estrelas
Ter o rio e o azul do mar
Porque não a tua voz

Ressonando feito cachoeira
Desaguando no seu leito
E no brilho da manhã
Eu sinto a falta do seu beijo

De longe sinto a tua Paz!

Porque sempre foi,
Você sempre foi demais!
Demais...

Joab Morais e Dizão

terça-feira, 7 de junho de 2011

Eu



...sou esse cara assim:

Sandália havaiana,

bermudão largado,

tendência baiana

Carinha "xônado"

ouvindo samba e rock`n roll

bossa nova e agôgô

e idolatrando Patativa

com minha baianidade nagô


Se vc quiser me achar

vai alí na esquina que eu to lá

cantando ao pé da lua

modas pra nois dançar

curtindo minha pouca vida

de errante adolescência

mas mantendo a decência

que meu pai me ensinou

minha mãe concretizou

e meu sertão abençoou...


Quer me ver, quer me ver satisfeito?

Traz a viola e um assado bem feito

me mostre a beleza da vida

entoe comigo um canto do peito

daqueles q chega palpita

a alma do sertanejo

daquele povo sofrido

que não recua em lampejo

e traz no cantar dos seus labios

a saudade dos beijos

os amores da caatinga

a saudade de Paratinga...

Paulo Henrique Vaz de Castro

Ribeirinha


Seria só um rio de luz

Emana vida, brilha e conduz

Com sinfonias divinas

Com alegrias tão dignas

Águas! Lívidas, cristalinas

Ponte de amores que reviverá!


É...

Quem sabe um dia por amor possa respirar

Dirá que é tão simples e forte que nem sei explicar

Procuro sempre uma resposta pra lhe falar

Intenso, complicado

É hora de te amar...


Ribeirinha

Sonda essa brisa serena

Complexa lua pequena de paz

Amor e paz, vida refaz

Distrai a lucidez que vai

Fica e vai, retém ternura

Em seu olhar que me embala

Sonho exala

Compadece do meu eu...

Paulo Henrique Vaz de Castro


Obs.: Musica escrita por mim em 2010.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

In’Rita





Em teus olhos tu és Rita

Mas ser Rita nos teus olhos te limita

E complexa Rita não se reduz

Por que ser Rita que não se limita

É ser sublime no manancial de ser


Ser Rita, ser só Rita ou ser In’Rita?


In’Rita não se entende, se sente

In’Rita não se existe, se vive

In’Rita é maresia e turbilhão!


De vestido de Chita caminha essa Rita

Saldando a ladeira e encantando o mar

Fazendo bonito com laço de fita

Galgando serena em seu serenar

Trilhando amável na sina de amar

Há mar de sonhos em Rita... Mar de amor, mar de amar


Mas amares Rita por ser só Rita ou por que In’Rita ação é?

Amas a Rita porque ela é Rita e basta a si pra alumiar o mundo...

Simples Rita que é viver!


Mas não complica, minha Rita

Humildade tão bonita que amplia o teu ser

Me trás o que te irrita

Afasta o que te habita

E te amedronta o ser


Chore e Ria em “Chora Rita” Cachaçal !


Porque em mágoas Rita

Cura o que te irrita a lama de si

Mas não complica, minha Rita

Essa doçura ímpar que há em ti

E somente em ti.

Paulo Henrique Vaz de Castro